O trabalho e a ajuda de um nutricionista são imprescindíveis mas, por vezes, a escolha do profissional que te vai acompanhar é precipitada e os objetivos que defines para ti e para o teu processo de mudança acabam por ficar comprometidos.
Quando decides recorrer a um profissional da nutrição deves ter vários aspetos em conta, de modo a garantir que ambos estão em sintonia e que a parceria que vão fazer durante todo o acompanhamento tem, efetivamente, pernas para andar.
Felizmente, podes sempre salvaguardar-te e garantir que fizeste a escolha mais acertada, recolhendo toda a informação de que necessitas sobre o nutricionista em questão numa fase mais inicial e tirando todas as tuas dúvidas e curiosidades no primeiro contacto com o profissional, ou seja, na primeira consulta.
E quais são essas questões fundamentais?
1. Quais são as minhas necessidades e objetivos? O nutricionista é especializado e/ou tem experiência nesta área?
Perda ou aumento de peso, aumento de massa muscular, alergia alimentar, alguma doença específica ou simplesmente para aprender a comer bem, sem uma necessidade concreta. Depois de bem definidos os teus objetivos, deves confirmar que o nutricionista se adequa aos mesmos. Procura referências, consulta o seu currículo e faz-lhe todas as perguntas que possam surgir, na primeira consulta.
2. O profissional está disposto a ensinar-me dicas práticas para um dia a dia saudável e uma melhor relação com a comida?
Infelizmente, a imposição de regras e de dietas restritas e inflexíveis é prática comum em muitas consultas de nutrição. O nutricionista não deve estabelecer regras mas sim ajudar a capacitar os seus pacientes, para que tenham todo o conhecimento e autonomia para fazer boas escolhas alimentares.
Garante que o teu nutricionista te ajuda a encontrar as soluções para os teus problemas e para uma alimentação mais saudável, através do ensino da leitura de rótulos, do ensino de um bom armazenamento dos alimentos, dicas de como aproveitar ao máximo os nutrientes dos alimentos, entre outros ensinamentos essenciais.
3. Posso continuar a comer alimentos pouco saudáveis de que gosto muito? Com que frequência?
É importante perceber, desde a primeira consulta, se o nutricionista trabalha apenas com dietas de emagrecimento e com a lógica do radicalismo alimentar, ao invés de adaptar o plano aos teus gostos pessoais e ao teu estilo de vida.
Encarar a alimentação como algo restritivo aumenta a probabilidade de não conseguires adotar a nova alimentação como um estilo de vida. Dentro de um plano equilibrado, há espaço para todos os alimentos, mesmo os mais calóricos.
O nutricionista deve reeducar, com tempo e sem pressas, para que depois te possas permitir pequenos prazeres, mas não sempre. Escolhe um profissional que esteja mais focado na mudança comportamental do que num simples número na balança.
4. O profissional partilha os mesmos valores do que eu e está disposto a adaptar-se ao meu estilo de vida?
É importante, mas não fundamental, que tenhas algo em comum com o teu nutricionista, de forma a facilitar a comunicação inicial e a empatia.
Hoje em dia, quando procuras um profissional da nutrição procuras algo mais do que um plano alimentar. Procuras um acompanhamento personalizado e um cuidado especial. Quanto mais empatia existir entre nutricionista e paciente, maior será a motivação do segundo para cumprir os seus objetivos e maior será o retorno para o primeiro.
5. O nutricionista ouviu-me durante a consulta e respeitou os meus limites e objetivos, sem quaisquer julgamentos?
O nutricionista deve ser, fundamentalmente, ético. Deve ouvir e respeitar sem julgar os teus problemas e os teus objetivos. Deve estar do teu lado para te orientar em todas as etapas do acompanhamento, transmitindo-te segurança.
Deves repensar a tua escolha quando, numa primeira abordagem, o profissional faz julgamentos ou comentários pejorativos ou quando não te faz as questões necessárias e te entrega um plano alimentar em poucos minutos, sem te orientar, empoderar e esclarecer todas as tuas dúvidas.
